A despedida
Tudo que se preza nessa vida, tem um fim.
Minha estada por estas quentes terras, está se findando.
Como já disse, tenho muito o que carregar
e muito vou deixando.
Meu caminho tem pedregulhos por escolha própria.
Não gosto das monotonias da vida, das rotinas intermináveis.
Dos caminhos sem obstáculos.
Sempre busco o novo, na expectativa de criar.
Largar tudo e partir? Não.
Partir para ir atrás de tudo.
A vida é curta, a juventude mais ainda para ser desperdiçada
com, às vezes, tão pouco.
Ter a cabeça cheia de sonhos e desejos,
é como ter um baú cheio de riquezas e ser enterrado com eles.
Quero também as riquezas, mas prefiro um mapa.
Um mapa com muitos caminhos
para já sair com as dúvidas de por onde seguir.
Mas, seguir. Seguir sem olhar para trás.
Com a cabeça erguida, o peito estufado e a certeza de que chegarei.
Muitos me chamam de louco… Muitos não, a maioria
Quem são os loucos? Os que correm o risco de passar o resto da vida a reclamar
de que nada fizeram… podem um dia esbravejar para um filho
“nunca fiz nada porque tinha que tomar de conta e trabalhar para te sustentar”
Agarrados à saia de infernizantes e infindáveis rotinas,
Podem nunca se permitir cometer desvarios.
Vou, sigo meu caminho que ainda não está trilhado.
Espero chegar em planícies depois de montanhas sinuosas
com muitas cachoeiras.
Com aguardente e cerveja, vou celebrar (até porque nunca fiz isso) para nunca esquecer
De tão quente Pernambuco, populado por pessoas ferventes.
Já com saudades,
– –
Samuel Vanderlei
Filed under: Poesia | Leave a Comment
No Responses Yet to “A despedida”